terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O Brasil que vendemos

Em discussões políticas, morais ou éticas é comum fazermos a seguinte pergunta: Qual o País, Estado, Governo, população que queremos? Ou seja, qual será o modelo a ser seguido para chegarmos a um ideal. Entretanto os brasileiros há tempos não podem fazer esta pergunta, devido a influência externa, em especial
pelos grandes eventos que ocorrerão em nosso país, a pergunta que feita é: Qual o Brasil que vendemos?

É comum ver na mídia, pró-Copa e pró-Olimpíadas, o seguinte argumento: A Copa do Mundo e a Olimpíada são meios do Brasil apresentar-se para o mundo, e mostrar a sua capacidade de gerir grandes eventos. Porém com a proximidade da Copa do Mundo fica cada vez mais evidente que o Brasil ainda carece de uma capacidade de organização e mais os governos demonstram uma total incompetência para cumprir acordos básicos, de infraestrutura, hospedagem, segurança entre outros fatores. Como se pode evidenciar no caso da seleção Alemã, que resolveu construir o próprio Centro de Treinamento.

Outra questão que vem sido debatida constantemente na mídia internacional é a questão da segurança, que é um grave problema nacional. O Governo responde a esses receios, com promessas de uso das forças armadas e de toda a força policial necessária. Contudo essas mostram-se medidas “para inglês ver”, pois estarão localizadas próximos dos estádios e de hotéis de luxo, criando uma atmosfera de segurança só para uma parcela privilegiada.

O Brasil sempre foi taxado como “o país do carnaval”, o que denota festa, samba, felicidade e também belas mulheres, ou seja, um grande apelo sexual. Como foi atestado, com o lançamento de roupas da marca adidas, que possuíam uma conotação altamente voltada para o sexo, a Embratur e a Presidente Dilma criticaram veementemente as roupas, que fizeram a marca retira-las do mercado. O que reforça a pergunta qual a nossa imagem perante a comunidade internacional?

O Brasil que queremos parece distante, falta de hospitais, transporte público precário, violência compulsiva, repressão policial absurda, corrupção, altos gastos públicos com supérfluos, nada disso faz parte de um país ideal. Mas o Brasil que vendemos não é tão difícil de se ver, nossa imagem é cada vez mais de um país desorganizado, com uma infraestrutura precária, onde grandes atrasos fazem parte do cronograma e medidas emergenciais são melhores que medidas preventivas.  Talvez recebamos no final de julho os parabéns, pela maior Copa de todos os tempos, mas podemos nos dar os pêsames se não resolvermos mudar, de um país que se vende para um país que se faz.

                                                                                                                                                João V.

25/02/14

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