A principio devo dizer que participar dessas manifestações é
algo único e inexplicável, mesmo com todos as arestas que existem no
movimento. Aos críticos, venham para rua
conhecer o movimento ou pelo menos entre nos grupos, criticas são bem vindas
mas desde que tenham conceitos sólidos.
Dito isso é preciso afirmar que essas manifestações, que
começaram a 3 semanas e tomaram um volume exorbitante nas ultimas duas semanas,
fazem-me refletir sobre dois termos muito importantes e que temos ouvido
constantemente que são: República e Democracia. Não é possível entender as
minhas ideias sobre o Movimento sem saber quais são as minhas concepções para
os termos. Sendo assim, Democracia é para mim: fazer-se a vontade do povo. Caso
essa não seja unanime, devemos por meio do diálogo (Falar e Ouvir), buscar o
melhor para ambas as partes e jamais deve ser desrespeitada a vontade da
minoria. E o termo República é tornar o bem público (de todos) mais importante
do que o bem privado(de alguns), é defender a vontade da Pátria.
Partindo desse pressuposto, as Manifestações em seu caráter
pacífico e ideológico é a maior representação de Democracia que poderíamos ter
em nosso país, maior que qualquer conjunto de números digitados numa urna. A População na rua é um grito de desespero
que busca um dialogo, o qual não vem acontecendo nos últimos tempos. O povo
quer dialogar com seus representantes, quer mostrar o que deseja e o que é realmente
importante para ele. Portanto concluo
que essas Manifestações é o Povo dizendo: Cansei de só ouvir e aceitar chegou a
hora de eu falar e falar sem intermediários.
Em contrapartida, enquanto a Democracia cresce, a República
sofre com os atos isolados de Depredação, saques entre outros. Atos como esse
dão brechas para mídia e críticos do movimento posicionarem contra e com toda razão. E no
outro lado da moeda, vemos alguns grupos do controle estatal cometerem atos
totalmente condenáveis de agressões e prisões arbitrárias.
O Governo aparentemente quer iniciar um Dialogo para com
seus Patrões (povo), mas é chegada a hora do povo também conversar entre si,
pois muitas vezes a unidade do movimento está sendo perdida. Começamos os
protestos com gritos de Mobilidade Urbana, hoje depois da vitória de uma
batalha, mudaram-se os gritos e o pior não sabemos para o que gritar. Deve se
manter focado na questão primeira do Movimento e a partir disso buscarmos novos
pontos de confronto.
Quando não há unidade de pensamento, abrem-se brechas para
confrontos internos que fazem ruir o movimento. Por exemplo, a questão dos partidarismos.
O Movimento ser Apartidário não quer dizer que são proibidos camisas de
partidos, mas sim que nenhum partido é líder do movimento. Isso ficaria fácil de
perceber se só tivéssemos a questão do Passe Livre, que não é uma questão
partidária, mas sim de bem coletivo (Sendo Direita ou Esquerda se você anda de ônibus
é preciso maior qualidade na sua locomoção). Por outro lado se queremos
discutir assuntos como, melhorias na saúde a questão partidária torna-se
importante, devem-se privatizar os hospitais, trazer médicos de fora etc.
É preciso lembrar também que vivemos uma Democracia
Representativa, sendo assim impossível pensar em exclusão total de partidos.
Protestar sem ter alguém que realmente de represente nos “Palácios” é dar
brecha para oportunistas eleitorais fazerem sua cabeça.
Não sou daqueles que pensa que o Gigante Acordou, ou que
vivemos uma Primavera. Creio que estamos sonhando e sonhar é importante, pois
toda grande mudança começa no plano das ideias, é preciso coloca-las em prática
e parar de ser Maquiavélico, achar que os fins justificam os meios, os fins
acontecem por consequência do meio, lutemos com Democracia e consciência, Nós
sairemos mais fortes, caso contrário sairemos mais fracos do que nunca. Essas semanas têm sido um Raio de Sol numa
Primavera chuvosa que temos passado desde o fim da Ditadura.
João V.
22/06/2013 00:24
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