domingo, 5 de dezembro de 2010

Infância e Desigualdade

Eu estou falando sobre o dia das crianças porque eu acho que criança é mais chocante =)

12 de outubro, Dia de Nossa Senhora Aparecida ou como é mas conhecido Dia das Crianças. Um dia universal não é? NÃO, deveria ser universal, mas perguntem para uma criança, da África, do Haiti, eles não devem ter a menor noção do que é dia das crianças ou porque eles passam fome ou estão com armas nas mãos à espera das ordens de um rico ou politizado para matar e quem sabe morrer.


Mas para quer ir tão longe é simples encontrar diversos exemplos de crianças que não conhecem o seu dia aqui mesmo no Brasil, sim isso mesmo “o Haiti é aqui” já diria Caetano Veloso. Saiu na Folha de São Paulo desse domingo, a manchete da economista Marie-Pierre Poirier, “Pro uma infância sem racismo”. Leiam é senão chocante algo que tem que mexer com o seu intimo, fazer você se perguntar por que é assim, quem sabe a pureza do sofrimento das crianças não faça você, raciocinar na hora de votar, na hora de cobrar os políticos para ajudarem o povo dar, escola, saúde, comida, coisas que parecem tão simples, mas que para elas são luxos. Não irei nem falar  que isso deve fazer você pensar e fazer caridade doações a instituições filantrópicas porque isso você já faz tenho certeza.

Vamos lá pergunta: Onde começa a desigualdade? Na escola, não. No local onde você vive, não. Olha que interessante na barriga da mãe. Somente 43,8% das grávidas negras e indígenas do Brasil têm acesso ao pré-natal. O que isso significa? Que um negro tem 25% mais chances de morrer antes do 1° aniversario e um indígena a chance é de 50%.

Quantas vezes eu já não ouvi diversas pessoas dizerem para que estudar historia é para você entender que as crianças negras já sofrem com isso desde a escravidão e principalmente em 1871 com a criação da lei do ventre livre. Pelo seguinte motivo a criança poderia até ser livre mais iria fazer o que com os pais PRESOS e sem a mínima oportunidade de ESTUDAR, de ter acesso a SAÚDE, uma das únicas oportunidades das crianças era a marginalização ou trabalhar por um salário miserável, traduzindo liberdade o caramba foi apenas um modo de ser cruel dos poderosos da época. Olha pai preso, falta de ensino de qualidade, falta de saúde publica, ou você se marginaliza ou você trabalha por baixos salários que não da nem para sobreviver, aparentemente o Brasil não mudou tanto.

O detalhe é que a criança, ao vivenciar essa realidade sofrida, percebe que brancos, negros e indígenas ocupam lugares diferentes. Isso contraria o principio básico da constituição:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade

Mas pelo jeito o Brasil não é tão igual assim, ou melhor, o mundo não é igual.

Nós não devemos e nem podemos deixar que a cor decida como será a vida de uma criança. Temos que deixar que as escolhas dela decidam, não a nossa incompetência para cumprir o que é proposto pela lei.

Está aí um vídeo no qual tem a música do Grupo de Rap "Facção Central" com a música 12 de outubro, no qual fala sobre Dia da Criança na periferia.

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